quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Atualizações: espondilite e fertilidade

Olá

Tenho andado afastada da internet. As dores na anca ainda não desapareceram. Os resultados das análises, da ressonância e a existência de dores demonstram que ainda tenho um grau elevado de inflamação. O reumatologista aumentou a dose da medicação: passei a tomar dois comprimidos de salozeperina de manhã e dois a noite. Dia 19 tenho consulta para ver os novos resultados das análises e ver como estou fisicamente. Acho que terei de abandonar os sapatos de salto alto pois mesmo que ande pouco tempo com eles noto que fico cansada e com algumas dores. Relativamente ao tratamento de fertilidade continua tudo em stand by. Fui a consulta com o especialista na semana passada e só em setembro é que avançaremos com a consulta para definir as características a serem encontradas numa dadora.  Segundo o medico, depois dessa consulta, o tempo médio de espera é de 1 mês tendo do meu lado o facto do tipo de sangue ser comum sendo mais fácil  a procura. Podíamos já estar neste processo de procura mas foi opção nossa deixar tudo para depois do verão para que assim seja possível recuperar física e emocionalmente destes últimos meses. Não vou dizer que não estou ansiosa porque estou mas ao mesmo tempo sinto uma certa leveza por saber que estamos à espera. O único senão é o que sinto fisicamente que é provocado pelo facto de estar com com sintomas da menopausa. Calores, suação, dores de cabeça e uma certa má disposição. A ver se isto melhora.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Espondilite e resultados da ressonância

O médico já me mandou por mail os resultados da ressonância. Esta confirma que existe atividade inflamatória nas sacro-iliacas mas não na anca o que é um bom sinal, segundo ele. As minhas dores melhoraram apesar de voltarem sempre que estou ou ando a pé mais do que o normal ou se pegar em pesos. Estou a tomar um comprimido de manhã e outro a noite de saloziperina e indocid. Mas pelo que percebi, o reumatologista vai me aumentar a dose. Causa-me um bocado de receio pois quando comecei tive imensos efeitos secundários e tenho medo que voltem com o ajustamento da dose. Vamos ver. Com esta medicação posso continuar a tentar engravidar e voltar aos tratamentos de fertilidade. Estou a tentar restabelecer-me destes problemas de saúde todos, como tal, antes de setembro não devemos iniciar mais nenhum tratamento. A clínica também está fechada durante o mês de agosto. Queremos ver se este ano ainda conseguimos fazer algum tratamento.  Mas para isso é preciso que esteja bem física e emocionalmente.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

De regresso...

Tenho estado afastada do blog e também dos fóruns. Tive uma semana de ferias e regressei esta semana ao trabalho. Claro que não esqueci todos os problemas que tenho mas pelo menos deu para descansar o corpo e a mente. Fiz uma ressonância na semana passada a anca e agora estou a espera dos resultados. É um exame que me custa muito devido ao tempo que demora e desta vez tive de levar contraste injectavel. Aproveitei as férias para descansar o máximo por causa da anca. Deixei as canadianas. Se andar ou estiver a pé muito tempo ganho algumas dores sendo mais intensas a noite. Ainda não sei o resultado do estudo do cariótipo. Vou passar logo pelo centro de saúde e ver se já estão lá os resultados. Já me conformei que vamos ter de esperar até conseguirmos engravidar. Mas ao mesmo tempo tenho aquela esperança que não demore tanto, que aconteça, sei lá... Quando dou conta já estou mais um bocado iludida. Este mês desconfio que ovulei cedo de mais (se ovulei) porque tive aqueles sintomas todos logo nas primeiras semanas do ciclo. Fico na expetativa da vinda ou não do red. Tenho receio de não ter ovulado e ficar durante bastante tempo a espera que venha... Por outro lado, fico sempre triste quando vem mas já estou naquela fase de que mais vale vir do que não vir indefinidamente....

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Andar de canadianas

Sábado faz 3 semanas que tive a crise e também 3 semanas que ando com muletas... Na sexta passada sentia-me melhor. As dores eram poucas e como tal resolvi deixar as muletas. Andei sem muletas o fim de semana e na segunda. Conclusão uma nova crise (desta vez do lado esquerdo da anca) que felizmente consegui controlar sem ir ao hospital. Na segunda a noite mal me conseguia mexer na cama. Dormir tem sido a pior de todas as tarefas pois não me consigo virar por causa das dores devido a posição de estar deitada. Voltei as muletas desde terça e sem data para as largar. Na terça tive consulta com o meu reumatologista. Ele disse que a doença avançou rapidamente e que a medicação só a base de anti-inflamatórios já não chega daí não conseguir recuperar da crise. O raio x que fiz não é nada famoso e ele pediu para que fizesse uma ressonância de emergência para ver o estado da anca e das sacro-ilíacas. Saí de lá com mais dores do que entrei pois ele teve de me examinar acabando por me magoar. Não posso deixar as muletas, andar muito tempo a pé, pegar em pesos, entre outras coisas. Ou seja estou proibida de fazer tudo aquilo que que provoque carga na anca. Ele queria que estivesse em casa em descanso mas esta semana não posso porque não tenho quem me substitua no trabalho. Para a semana tenho férias. Expliquei.lhe que estava muito tempo sentada e ele disse que não havia problema mas que estar em casa ajudava pois podia estar deitada, sentada e andar um pouco a pé. Conduzir não me causa dores, só mesmo entrar e sair do carro. Ele diz que se conseguir conduzir sem dores não há problema em fazê-lo. A medicação também foi mudada: passei a tomar 1 comprimido salozipirina e de indocid retard de manhã e a noite. Ao fim de 15 dias volto a fazer análises e a dose de salozipirina vai ser aumentada. Ele diz que esta é a medicação mais forte que eu posso fazer e que não me impede de engravidar ou estar grávida. Se não resultar terei mesmo de passar para outra medicação e aí sim deixar de lado o sonho de engravidar nos próximos tempos. Espero que esta medicação surta efeito para não ter mais um problema em que pensar. Até porque os efeitos secundarias estão a ser horríveis: enjoos, falta de apetite, insónias... Por isso nem quero imaginar com outra medicação.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Consulta na Maternidade Julio Dinis

Já há muito tempo que não venho cá. Tenho estado um pouco afastada de tudo. No dia 17 de junho tive a primeira consulta na maternidade. Não saímos de rastos porque já andamos de rastos mas saímos um pouco mais desmotivados. A médica que nos atendeu foi muito simpática. Levamos todos os exames que tínhamos feito no privado o que fez com que ela nos traçasse logo um diagnóstico. Fez-me o papanicolau assim como uma eco endovaginal. Segundo ela estou mesmo em falência ovárica prematura. O o valor do FSH é muito alto em em mulheres com valores acima dos 15 não fazem ICSI nem FIV. Ela diz que se estivesse nos 15 ainda tentavam mas tenho 3 análises acima dos 20 o que mostra que estão a falhar. Nem adianta sequer levar a comissão pois sou logo rejeitada. Disse-lhe que esperava que pelo menos nos fizessem algum tratamento e não que nos dissessem que não havia hipóteses. Ela referiu que há uma hipótese, a única em que somos aceites: ICSI com doação de óvulos. Explicou-nos que ficávamos já em lista de espera e que dentro de 2 anos iríamos ser chamados. Ela diz que as listas são grandes porque a maternidade é o único banco público com doação de gametas e as dadoras não são assim tantas. Fez-nos um pequeno questionário e preencheu um documentos com as nossas características. Esta hipótese da doação de óvulos já nos tinha sido colocada pelo médico que nos acompanha no privado, contudo, queríamos que fosse a última hipótese. Agora com esta segunda opinião não nos resta dúvidas de que ao nível do público não temos hipótese com os meus óvulos e no privado também pode ser gastar dinheiro em vão. Estou a espera do resultado do estudo do cariótipo para perceber o porquê desta falência ovárica prematura. Depois de o ter vou a clínica e vamos tratar de tudo para fazer tratamento com doação de ovulos. Vai ser muito dinheiro. O processo é caríssimo mas dois anos de espera é muito tempo e como diz o meu marido "de qua vale termos o dinheiro e juntarmos mais se depois não temos a quem deixa-lo"...

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Recuperação lenta

Olá

Ontem, quarta-feira, acordei melhor. Tomei a medicação normalmente e fui trabalhar. Hoje senti um pouco mais de dores. Não conduzo para não fazer esforços com as pernas e ando com o apoio das muletas. Só as vou deixar quando estiver mesmo sem dores. São uma ajuda pois não faço tanta pressão em cima da anca o que ajuda a não piorar. Espero que até ao fim de semana consiga mesmo melhorar e deixar as muletas pois cansa. Ando um bocado sonolenta pois os comprimidos acabam por dar algum sono. NO trabalho estou sentada o dia todo e apenas me ponho a pé quando é estritamente necessário. O medico recomendou repouso absoluto e nada de esforços. Contudo não podia ficar em casa até que as dores desaparecessem totalmente pois estava a dar em maluca. Logo irei fazer o raio X a bacia. Espero que não acuse nada de especial mas tenho receio. Quando fiz a ecografia a técnica chamou atenção para a cartilagem do lado direito da anca. Assusta-me um bocado pois pode estar rompida e a solução pode passar por uma prótese. Vamos pensar que não vai ser nada disso e que esta foi uma crise que não se vai repetir tão cedo.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Crise de espondilite

Bem, estive afastada estes dias todos porque infelizmente tive uma grande e grave crise na anca devido a espondilite. No sábado comecei a sentir dores logo de manha mas nada que não se suportasse. Fui trabalhar. A tarde as dores intensificaram-se mas mesmo assim resolvi que não estaria só deitada e andei a pé para tentar não focar encravada. A noite, quando fui para a cama, já tinha dores bastantes fortes e uma hora depois não me conseguia mexer. Nem sequer os dedos dos pés. Estava completamente imóvel e sem saber o que fazer pois estava sozinha em casa. Consegui ligar para a minha irmã que me veio tentar tirar da cama mas sem sucesso. Não conseguia mexer. Só com ajuda do meu pai e da minha outra irmã é que me conseguiram tirar da cama. Queriam chamar a ambulância pois estavam a ver que não conseguiriam mesmo me mexer mas não quis. Fui para o hospital mais perto pois sabia que aquilo que me iria fazer era dar medicação intravenosa. Começaram por me dar corticoides e tramadol ao nível intravenoso. Ao fim de algum tempo estava melhor mas mesmo assim não me conseguia mexer. eram por fim uma injeção potente para ver se melhorava mais um bocado. Melhorei e vim embora para casa. Fiquei sem dores e completamente relaxada contudo não conseguia dormir. Foi uma sensação estranha. Era como se estivesse nas nuvens, de olhos fechados, mas sem conseguir dormir. De manhã acordei melhor mas ainda com algumas dores que ao longo do dia se intensificaram. Tomei lepicortinolo, adalgur, airtal e tramadol a noite que ajudaram a passar a noite. No dia seguinte acordei e tinha de ir fazer as análises. Consegui levantar-me bem, contudo, ao fim de algum tempo comecei a ficar com dores mesmo com o apoio das muletas. Liguei ao reumatologista que me disse para ir ter com ele ao hospital. Foi espetacular. Estava em serviço oficial numa unidade de saúde regional a qual não pertenço mas mesmo assim pediu que lá fosse, examinou-me e fez uma ecografia. Não tenho artrite na anca contudo a cartilagem do lado esquerdo parece ter algum problema. Mandou-me fazer um raio x a bacia para ver se consegue ver bem como as coisas estão. Recomendou que tomasse 2 comprimidos de lepicortionolo de manha, 2 zaldiar de manha, ao meio dia e a noite e um airtal de manha e a noite. Esta noite dormi com algumas dores e acordei novamente limitada. Contudo sinto-me melhor após a toma da medicação. Queria ir trabalhar amanhã mas tenho algum receio. Logo a minha chefe vai me ligar para ver como estou. De um momento para o outro a minha vida voltou a dar uma volta de 180º. Esta medicação não me vai fazer bem ao organismo por causa da fertilidade mas neste momento não posso fazer nada. As dores eram insuportáveis e já não tinha uma crise destas há um ano e tal. Acho que esta crise está a ser a mais forte e mais difícil de recuperar. Espero que ate ao fim de dia melhore substancialmente e possa ir trabalhar.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Desabafo

Acho que este semana vai ser a pior desde que me lembre este ano. Depois da consulta de segunda cheia de más notícias, da IIU que não podemos realizar porque o meu marido não conseguiu bilhete, restava a esperança de que a minha ovulação ocorresse apenas na sexta, sábado ou domingo quando ele cá estivesse. Andava a fazer testes de ovulação para controlar pois o folículo tinha na segunda 19mm. Sei que era uma esperança muito pequena, uma hipótese difícil mas pelo menos tentaríamos no meu período fértil. Até hoje tinha esperança, até às 13h, até receber uma chamada do meu marido a dizer que afinal não poderia vir este fim de semana a casa. Fiquei passada, estou passada, enervada e só me apetece chorar com os nervos. Sei que ele não tem culpa mas não consigo deixar de pensar que tudo está contra nós. Estou farta. Cansada. Este desgaste psicológico parece nunca mais acabar. Cada vez mais tenho a sensação que milagres não acontecem connosco. Não sei se vou aguentar muito mais tempo esta angústia. Não quero desistir nem vou desistir mas às vezes pergunto-me se não seria melhor desistir pois assim não estaríamos nesta incerteza e nesta luta sem saber o desfecho. Não quero passar 5/7/10 anos ou mais a lutar para ter um filho. Lidar com os negativos, com os desgostos, adormecer e acordar a pensar nisto. Enfim ver a vida a passar sem aproveitar os melhores momentos com o meu marido. Porquê a mim? Porquê a nós? São apenas duas das perguntas que todos os dias faço a  mim mesma. Ando bastante negativista mas acho que é o meu estado emocional a acusar o desgaste de todo um processo que já se torna longo mas que ainda poderá ser muito mais longo... Este blog está a ajudar-me a desabafar e a escrever aqui tudo o que sinto sem ter que ouvir juízos de valor e opiniões de quem me circunda. Sinto-me livre para dizer aquilo que sinto e aquilo que faço. Nenhuma pessoa conhecida está a par deste blog...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Consulta e doação de óvulos

Estive afastada alguns dias do blog e da internet de uma forma em geral. Não me tenho sentido muito bem psicológica e fisicamente. Desde que parei de tomar a medicação por causa do cancelamento que o meu corpo se ressentiu. Tenho andado sonolenta, mal disposta e com muita azia. Deve ter sido por causa dos corticoides. Na segunda feira fui a clínica de fertilidade fazer uma ecografia para ver como estava tudo após o cancelamento e ter consulta com o doutor para ver o que devíamos de fazer. O folículo que tinha no ovário de 31mm na ecografia pelos vistos eram um quisto e nesta eco tinha desaparecido. A médica disse que parecia estar em reabsorção. O endométrio estava com 8.1 e tinha um folículo de 19mm. Na consulta o professor referiu que isto não estava nada fácil e que o meu caso é bastante grave. Com a dose máxima que podia tomar os meus ovários responderam apenas com um folículo que se transformou num quisto. Estou a ovular todos os meses o que quer dizer que os meus ovários ainda têm resposta mas muito pequena. Pediu para fazer mais um estudo desta vez ao cariótipo para tentar perceber o porquê da falência ovárica prematura. Vou fazer somente eu pois ele diz que apesar do meu marido ter poucas formas normais o problema dele não se coloca neste momento. Ele referiu que estamos numa situação complicada e que devíamos pensar seriamente na questão da doação de óvulos.  Disse-lhe que não queria desistir dos meus óvulos assim, de um momento para o outro, até porque ainda não tinha conseguido fazer um tratamento até ao fim. Ele diz que me diria a mesma coisa mas que neste momento é responsabilidade dele alertar-me para esta possibilidade. Fui sozinha a consulta e estava calma e serena. Perguntei-lhe como eram as listas de espera pois sabia que era um procedimento que nem sempre é rápido. Ele referiu que não era muito tempo. Falou na possibilidade de tentarmos fazer uma IIU este mês com este folículo de 19mm. Teria que ser hoje, dia 04-06-2014. Contudo o meu marido não está cá. O médico diz que as probabilidades são poucas mas seria uma forma de aproveitar este folículo e as condições do útero neste momento apesar de sabermos que pode ser difícil. Como o meu marido tem poucos espermatozóides normais seria feita uma triagem em laboratório e veríamos o que dava. Fiquei com uma esperança pois seria uma tentativa que mesmo que não desse certo estávamos a dar tudo por tudo. Liguei com o meu marido que ficou muito aflito pois está a 6 horas de viagem de carro. Acabamos por desistir. De comboio seriam 10h, de avião os bilhetes eram caríssimos e o meu marido achou que estava tudo a ser em cima do joelho. Sabia e sei disso mas tinha e tenho a sensação de que era tudo por tudo. Desistimos da ideia. Chorei desde o aeroporto até casa, a noite toda e o dia de ontem todo. Apesar de hoje estar melhor fisicamente, estou desanimada e convencida de que ter um filho será uma tarefa muito difícil. Está a ser um desgaste físico e psicológico muito grande. Ver grávidas é uma tortura assim como ver os bebes na família a crescerem e as pessoas a falarem de segundas gravidezes. Não sei se vou conseguir aguentar muito tempo. Nunca desisti e não vou desistir só não sei se conseguirei viver em função disto. A fazer análises e estudos, a ver tratamentos a serem cancelados, a pensar se será possível, a fazer contas para a ovulação e menstruação... Não sei. Tinha decidido, desde o cancelamento, que não iria pensar nisto e não pensei. Mas desde segunda que não penso em mais nada. Tenho feito testes de ovulação para ver se ovulo e se calha na sexta (dia de chegada do meu marido) apesar das poucas possibilidades. Ou se este folículo se transforma em quisto como o outro. Desculpem o tamanho do post mas precisava de mandar tudo cá para fora.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Cancelamento, desilusão e recuperação

Já não vinha aqui há algum tempo. Tive de digerir todas as emoções e sentimentos que emergiram do cancelamento do tratamento (sim, mais um tratamento cancelado) no sábado. Ia com confiança que desta vez iria correr melhor do que da última. Porém também ia ansiosa para ver o que ia sair da primeira ecografia. A médica disse-me logo que para ter calma pois o que teria de ser seria. Começou a fazer a ecografia e fez logo uma careta. Estava lá um ovulo do ciclo passado no ovário direito. Perguntei-lhe logo se isso era mau tendo ela dito que não era o ideal mas que iríamos ver. O endométrio estava nos 31mm ou seja numa espessura "normal" para esta fase do ciclo. Contudo, no ovário esquerdo não tinha nenhum folículo. No ciclo passado tinha apenas um foliculo no ovário esquerdo e por ser apenas um e de má qualidade não avançamos. Contudo, pelos vistos depois daquela ecografia no 4º dia do ciclo surgiu um outro ovulo mas no ovário direito. Ovulei do ovário esquerdo mas este foi crescendo estando agora já grande. A doutora disse logo que teria de cancelar este tratamento pois não podia continuar tendo este folículo tão grande. Disse que este iria impedir que se desenvolvessem outros folículos e mesmo que se desenvolvessem quando chegasse a altura este estaria "fora de prazo". Disse também que não podia desencadear a ovulação pois não tinha o endométrio desenvolvido o suficiente. Desta vez consegui fazer mais perguntas apesar de ter chorado de forma compulsiva no momento. Perguntei-lhe qual seria a solução pois sendo assim poderia ovular com o ovulo que tinha mas era provável que outros folículos aparecessem. Fiz mais medicação que da outra vez. Ela disse que sim, que era provável que os ovários ficassem descontrolados sendo necessários os acertar. A solução poderia passar por tomar a pílula e depois recomeçar do zero. Contudo, ela só as faz as ecografias. O meu médico só chega de viagem esta semana e será ele em conjunto com ela e comigo que vai estudar a situação e ver qual será a melhor forma. Marquei consulta e ecografia para o dia 02 de junho. Ela diz que teremos sempre de fazer um grande controlo ecográfico para tentar controlar estas situações todas. farei tudo o que for preciso para que da próxima vez o sucesso seja maior. O desgaste emocional é bastante grande. Nem sei o que é pior. Cancelar o tratamento ou ver um negativo no fim. Fico com a sensação que nunca conseguimos chegar a meio nem ao fim. Que se calhar nunca vou conseguir engravidar com os meus óvulos. Não sei se eles se desenvolveriam bem, quantos poderiam ser retirados, quantos fecundados. Nada sei. E depois penso duas desilusões e as que podem vir ainda. Como o meu marido diz: "milagres não acontecem connosco..." Chorei o caminho todo até casa...Mas depois prometi que não iria continuar a chorar até porque tinha um jantar de família e não poderia estar de olhos vermelhos. Tive que contar quando as pessoas que sabem me perguntaram. No domingo desabei totalmente de manhã. Estou cansada de esperar... O meu marido apoia-me imenso e é o meu suporte. Se não fosse ele não sei o que seria de mim. Hoje já me sinto mais conformada. Triste por vezes. Mas temos de acreditar. Não vou desistir dos meus ovulos.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

4º dia

Ontem foi o 4º dia de injeções. O tempo está a passar rápido. Tenho andado relativamente calma e sem pensar muito nestas coisas. Contudo, hoje acordei um pouco mais agitada. Não sei se será por causa de sábado ou se por ter de falar com a minha chefe porque sábado não posso trabalhar a manhã toda. Quero muito manter-me calma. As pessoas que sabem do tratamento estão sempre a dar palavras de apoio e motivação dizendo que acreditam que dê certo. Quero acreditar tanto nisso... Mas tenho tanto medo...Se sábado tiver folículos já fico contente. Contudo tenho receio é do resultado final. Aquele resultado que todas as mulheres anseiam. Olho para todo o investimento emocional e financeiro que estamos a fazer e tenho medo da decepção que possa surgir. Mas sinto aquela esperança, aquele feeling que pode correr certo. Tenho muita fé...

terça-feira, 20 de maio de 2014

2º dia do tratamento

Ontem comecei com o gonal 300. pensei que levar duas injeções não seria fácil mas até está a correr bem. A minha irmã tem bastante jeito. Para já ainda não tenho pisaduras. Sinto-me um pouco a inchar mas também acho que é psicológico. Tenho bebido bastante água, comido sopa de espargos, uma gelatina por dia, algumas physalis, um ovo e também abacaxi. Muitas destas coisas são após a transferência. Como não fazem mal já estou a comer agora para me habituar e criar a rotina. Depois intensifico depois da transferência.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Novo tratamento em curso

Ontem iniciei as injeções para o novo tratamento. Veio a menstruação logo de manhã e a noite comecei logo com uma injeção de decapeptyl. Custou-me um bocado pois desta vez não foi o meu marido mas a minha irmã que me deu a injeção. Havia um stress maior pois tinha receio de não conseguir aguentar. O decapaptyl é aplicado de forma diferente do gonal. Enquanto que o gonal é com uma caneta, o decapeptyl é com seringa e somos nós que preparamos a dose. São dois frascos, um com pó e outro com liquido. Pegamos numa seringa intramuscular para aspirar o liquido e colocar dentro do frasquinho do pó. Mexemos bem e voltamos a aspirar tudo para a seringa. Depois temos de trocar a agulha por uma subcutânea (tipo diabetes). Custou um bocado a colocação da agulha na pele, contudo, o que custou mais foi a entrada do liquido pois sente-se um ardor. Fiquei um bocado tonta mas nada de mais. Quando o médico receitou decapeptyl estava tão transtornada que não lhe perguntei para o que era ao certo. Contudo, já li a bula e percebi que ajuda no crescimento folicular e na qualidade. Como tenho poucos folículos e como provavelmente resultarão poucos é bom que estes cresçam e se tornem bons. Hoje tambem fui acupuntura e falei com o médico. Acabo este tratamento na quarta e na próxima semana inicio outro mesmo especifico para a gravidez apesar dele dizer que este que fiz acaba por ser suficiente em alguns casos. Perguntei-lhe se fazia mal estar a fazer enquanto estou com o tratamento da ICSI tendo ele referido logo que não e que pode ajudar bastante. Vou fazer. Se resultar ótimo caso contrário não fico a pensar que poderia ter feito mais e não fiz.
Estou um pouco ansiosa por causa de entrar nesta nova fase, neste novo tratamento. Já me abri mais um bocado quer com a família quer com algumas amigas. Não queria que muita gente soubesse, contudo, não posso andar a esconder-me nem a evitar a vida social sem explicar o porquê. São pessoas próximas e com as quais me sinto a vontade. Ou ficava em casa ou então explicava que podia ir mas que precisava que alguém me desse duas injeções (uma delas disponibilizou-se logo). E ao pedir isto teria de explicar o porquê. Optei por contar apesar de saber que vou ser bombardeada com perguntas. Já sei que isso vai fazer com que tenha mais pessoas a perguntar pelo resultado final e a saber deste processo. Não é segredo que ando a tentar engravidar e todas elas sabem que ando nisto desde 2012 e como nunca mais engravidei também devem ter percebido que não está a ser fácil. Sempre que estamos juntas falamos de ter filhos e sempre a mesma pergunta vem ao de cima (quando?). Assim, vão saber os passos. Não lhes vou dizer datas porque assim também não perguntam nem pressionam.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Tratamento e trabalho

Duas coisas que me preocupam... O tratamento porque é algo importante para a minha vida. O trabalho porque preciso do ordenado ao fim do mês apesar deste não ser de perto nem de longe o emprego que sonhei alguma vez ter. Mas garante-me um bom salário todos os meses e enquanto não tiver perspectivas de emprego na minha área de formação pelo menos tenho trabalho. Uma pessoa dita normal (como diz o meu marido) não estaria preocupada se tinha de meter baixa ou sequer a pensar muito no assunto. Mas eu não sou assim. Faltar ao trabalho é algo que me preocupa pois não quero que o patrão pense que sou uma desleixada, que sou como aos outros e que por tudo ou por nada falto. Mas também sei que ele não vai valorizar toda esta minha preocupação em não prejudicar a empresa. No meu local de trabalho sou apenas eu pelo que a minha ausência pressupõe que o colega que faz as substituições venha para aqui colocando-se em risco as ferias dos outros colegas. Desde que comecei aqui a trabalhar ainda não tive uma única semana de ferias pois abdiquei da que tinha por achar que era mau ter essa semana e depois pedir novamente férias como vai acontecer por causa do tratamento. Não sabia como falar com a gerência sobre o assunto sem ter de dar a conhecer toda esta situação e ao mesmo tempo não colocar em causa o meu posto de trabalho. Já sabemos como funcionam as empresas: mulheres grávidas ou com filhos nem sempre têm muita sorte pois são vistas como sendo empecilhos ora porque têm de fazer exames ora ir ao medico ora ficar de licença e maternidade ora porque têm horário reduzido no primeiro ano. Por um lado queria ser sincera e dizer aquilo que se passava mas por outro lado também sabia que corria o risco de não ter o meu contrato renovado. Optei por dizer que tinha de fazer um tratamento mas não disse ao certo para quê apesar das perguntas dos colegas de trabalho. Referi apenas a situação da minha doença e de como esta prejudica a minha saúde e alguns dos meus orgãos sendo por causa disso que vou fazer o tratamento. Não disse nenhuma mentira pois parte do meu problema deve-se, também, a esta minha questão de saúde. O facto de ter uma doença ativa e em progresso e não fazer a medicação adequada porque seria acabar com as poucas hipóteses que me restam.  Se sem imunosupressores tenho os ovários como tenho nem quero imaginar com o consumo destes. Entretanto com o cancelamento do tratamento ficou tudo adiado e claro que tenho as pessoas sempre apreensivas a perguntar quando vou fazer o tratamento pois não sabem se vão ou não ter as férias que têm marcadas. Sinto-me mal com isso mas também sei que mais do que isto não posso fazer. Se fosse uma outra pessoa não tinha dito nada e na altura colocava baixa medica e ficava em casa. Depois teria que gozar na mesmas as minhas férias. Prefiro ficar prejudicada do que prejudicar.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Alimentação

Hoje estou menos stressada do que ontem. Tive uma boa noite de sono e logo pela manhã uma sessão de acupuntura. Hoje as agulhas magoaram um bocadinho mas acho que é o meu psicológico a funcionar.  Ontem também já comecei a introduzir alguns alimentos na minha alimentação que segundo alguns testemunhos e estudos podem ajudar no tratamento. O meu jantar foi salmão no forno com espargos salteados e um ovo cozido. Pensei que os espargos teriam um sabor pior mas até são agradáveis. No fim de semana já vou fazer uma sopa com eles. Comi também uma gelatina e uma physalis. Dizem que os espargos ajudam na implantação do embrião assim como as physalis. Não custa tentar. Fiz também um chá de folha de abacaxi que vou beber durante o dia de hoje. Li que o abacaxi ajuda, também, na qualidade ovariana. Assim sendo, estes são os alimentos que vou usar a partir da agora de uma forma sistemática e intensificar quando iniciar mesmo o tratamento:

- ovos
- abacaxi e chá de abacaxi
- gelatinhas
- physalis
- feijão
- peixes ricos em omega 3
- legumes verdes (couve, bróculos, espinafres)
- espargos
- aguas isotónicas (powerade)

Mal não faz e se ajudar melhor pois toda a ajuda é bem vinda... Logo coloco aqui umas fotos das minhas comprinhas e do meu jantar...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Ansiedade que está a dar cabo de mim

Quando o meu marido não está costumo a dormir mal a primeira noite que estou sozinha. De domingo para segunda dormi tão mal mas tão mal que ontem a noite pensei que iria dormir melhor. Mas não. Estava ansiosa e enervada. Um aperto no coração que costumo ter quando estou em estado de ansiedade. Não consegui dormir a noite toda e para piorar o aperto no coração não desaparecia. Ainda tenho esse aperto. Sinto-me cansada pois dormi muito mal. A minha temperatura continua nos 37º. Já são dois dias seguidos no mesmo valor. Fico na dúvida de quando terei ovulado: na terça passada, no sábado? Não sei e isso deixa-me ainda pior pois não sei quando vem a menstruação. E depois ainda tenho aquele pequena esperança de que posso ter uma surpresa agradável pois tinha um ovulo. Um ovulo de má qualidade mas que estava lá. Não quero nem me posso agarrar a isso pois já percebi que excepções boas não existem no nosso caso. Engravidar naturalmente é uma tarefa quase impossível para nós... Na semana anterior não estive tão enervada nem ansiosa e pensei que isso se devesse acupuntura. Mas ontem e hoje estou numa pilha como não estou há muito tempo. Amanhã tenho outra sessão de acupuntura e espero que me ajude. Não posso estar neste estado muito tempo pois não faz nada bem ao nosso organismo.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Temperaturas, ovulação e menstruação

Ando com a cabeça as voltas por causa das temperaturas basais. Já alguns meses que as tiro. Ou seja consiste em medir a temperatura via vaginal todos os dias à mesma hora. Está comprovado que após a ovulação (1/2 dias depois) estas sobem. No meu caso as temperaturas andam oscilantes há uma semana. Junto com outros sintomas podemos ter uma ideia do dia em que ovulamos. No meu caso já nem é tanto para ver quando posso fazer um teste de gravidez pois já sei que é difícil engravidar naturalmente. É mais para poder ter ideia de quando posso iniciar o meu tratamento.  O que acontece é que com a chegada da menstruação as temperaturas corporais descem. Quando voltam a subir e em conjuntos com o aspeto do muco cervical (se este for clara de ovo) e outros sintomas (como a tensão mamaria, por exemplo) podemos saber se ovulamos ou não. Claro que estes sintomas podem variar de mulher para mulher e requer a nossa atenção todos os ciclos menstruais para podermos ver se existe um padrão. No meu caso  antes da ovulação o meu muco/corrimento torna-se gelatinoso tipo uma clara de ovo e após a ovulação (1/2 dias depois) a minha temperatura sobe 0.3/0.4º e começo a sentir tensão mamária. Por vezes sinto também umas pontadas no fundo da barriga ou num dos ovários.Se a temperatura se mantiver alta ou subir três dias consecutivos podemos ter uma ideia mais ou menos objetiva do dia da ovulação. Contudo a minha temperatura subiu mas depois desceu e voltou a subir o que me faz ter dificuldade em saber quando ovulei. Hoje registei 37º de temperatura e desde sábado que ando com imensa tensão mamária. Contudo, pelo gráfico deveria ter ovulado na terça passada.  Não sei o que pensar. Sei que depois da ovulação a menstruação aparece-me 10 dias depois sendo esta fase chamada de fase lutea. Estava a fazer contas que a menstruação viesse na sexta feira, dia 16 de maio, para assim começar com as injeções de decapeptyl e depois gonal. Já comecei com o medrol na quinta mas só um comprimido ao almoço. Não sei ao certo para serve pois quando o medico receitou estava tão em baixo que nem perguntei. Se os mandou tomar é porque bem devem fazer no nosso caso...

sábado, 10 de maio de 2014

"De mãe para mãe" e Petição

Quando entrei neste mundo da gravidez e da fertilidade houve um site que me ajudou e ainda me ajuda muito: De mãe para mãe... Aqui podemos conhecer pessoas que vivem situações semelhantes as nossas, partilhar algumas dúvidas mas acima de tudo apoiarmo-nos umas nas outras. As tristezas e alegrias são compartilhadas e algumas delas trazem-nos esperanças e alento. Muitas pessoas conhecidas não conhecem aquilo que se passa connosco ora porque temos vergonha ora porque não queremos que tenham pena de nós. Mas aqui não acontece isso. Não nos conhecemos mas compreendemos aquilo que se passa umas com as outras sem haver julgamentos, perguntas desnecessárias, sentimentos de pena, entre muitas outras coisas. Faço parte deste forum activamente desde 2012 e posso dizer que já conheci pessoas que hoje considero minhas amigas. Inclusive tenho um grupo no facebook com mais três pessoas onde todos os dias falamos umas com as outras sobre a nossa doença (espondilite) e sobre as nossas vidas. É como se nos conhecêssemos há anos. Foi também neste site que uma das meninas criou uma petição que requeria 4000 assinaturas: Apoiar a (in)fertilidade em Portugal. Isto porque os apoios são muito poucos, os tempos de espera enormes, entre muitos outros aspetos. Se acederem a petição vão poder conhecer melhor aquilo que se pretende. Como uma forma de dar visibilidade ao problema, a SIC através do programa Boa tarde dedicou uma parte a este tema onde foram apresentados dois casos sendo um de sucesso. O problema dos casal que lá foi em muitos aspetos se assemelha ao nosso problema: óvulos de má qualidade e poucos espermatozóides normais. Conseguiram o seu filhote ao fim de 7 anos de muita luta. Isso dá-me esperança pois se eles conseguiram nós também vamos conseguir. Por outro lado fico preocupada porque sete anos de espera é muito tempo para quem anseia ter um filho. Aconselho que passem pelo site da SIC e vejam esta parte do programa. 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Agulhas e agulhas

Bem, hoje tive a primeira sessão de acupuntura. Foi um pouco pior do que imaginava. Sabia que as agulhas eram fininhas e por tudo aquilo que li pensei que nem se sentissem. No entanto, sentem-se as espetadelas principalmente na zona dos tornozelos. Mas fui forte e aguentei e depois não custou nada. Foi colocada uma agulha entre os olhos, 3 na barriga e 3 em cada perna perto dos tornozelos. Tive lá cerca de 35 minutos com elas espetadas. Depois de espetadas mal se sentem. Senti foi um sono pois às 8h da manhã não é fácil. No fim foram retiradas e o locais onde estavam colocados foram desinfectados. Agora sinto umas ligeiras picadelas mas pelo que li é normal. A próxima sessão é na sexta e vamos ver se corre bem como esta pois só o facto de não desmaiar já foi uma vitória. O acupuntor referiu que na próxima sessão vai ligar as agulhas a uma máquina. Nunca tinha ouvido falar. Tenho de confiar nele até porque tenho óptimas recomendações já para não falar nos certificados que ele tem para lá pendurados, os anos de experiência e sucessos. Vamos ver se me começo a sentir melhor com as agulhas e se o equilíbrio se restabelece nos meus orgãos. Se não me ajudar a engravidar pelo menos que me traga bem-estar físico e psicológico pois bem preciso!!!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Acupuntura: 1ª consulta

Ontem tive a primeira consulta de acupuntura. Não comecei o tratamento propriamente dito pois o acupuntor (que também é osteopata/fisioterapeuta - muito conceituado aqui na zona) fez um exame com uma máquina que segundo ele vê o equilíbrio dos orgãos. Ele explicou-me que cada ponto do nosso corpo corresponde a um orgão e que a partir da análise deles podemos ver o equilibro de cada orgão. O exame mostrou que tenho os valores relativos ao baço, fígado e rins abaixo do equilíbrio sendo que alguns orgãos estão também a perder pois segundo ele está tudo interligado e quando um orgão perde equilíbrio os outros também ficam em risco. Também me explicou a teoria dos cinco elementos - metal, madeira, terra, agua e fogo e como estes estão associados a determinados orgãos. A falta de equilíbrio traz alguns problemas no organismo. Como achei toda esta explicação interessante resolvi pesquisar mais e encontrei um site brasileiro que explica muito bem isto tudo. O acupuntor explicou-me que os problemas que tenho coincidem com a falta de equilíbrio dos orgãos que já referi e que por isso é preciso restabelecer o equilíbrio. A fertilidade está relacionada com esses orgãos e segundo ele muitas das pacientes que teve conseguiram engravidar após este tratamento para restabelecer o equilíbrio não sendo necessário fazer um tratamento específico para a fertilidade que, de qualquer forma, só pode ser realizado após este. Como estou por tudo, estou tentada a realiza-lo quando terminar este. Este tratamento consiste em 6 sessões de acupuntura e no fim uma avaliação. Esta semana tenho duas sessões marcadas, uma delas amanhã. Trouxe umas gotas que tenho de tomar três vezes ao dia antes das refeições. São horríveis. Só o cheiro já dá vómitos. E o sabor então... Já para não falar no preço. Estou com muita fé na acupuntura e na ajuda que me pode dar. Como já disse era a minha última hipótese por causa do pavor das agulhas mas estou disposta a tudo para superar o medo e conseguir engravidar.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Dores: sinais da espondilite

Este fim de semana não foi agradável fisicamente. Tive imensas dores na zona da anca. A descoberta da minha doença começou pela anca. Em 2011 fiz uma caminhada de duas horas. No dia seguinte mal me podia mexer. Doía-me tudo. Contudo, pensei que se devia ao esforço que fiz pois não estava habituada a caminhadas longas. Passou um dia, uma semana, duas semanas e as dores continuavam mas na anca. Tinha dificuldades em me levantar, sentar e caminhar. Fui ao medico que me mandou fazer logo um raio x e uma ecografia que nada acusaram. Fiz uns comprimidos que aliviaram mas não chegou. Fui a medica de família que achou muito estranha essa dor. Mandou fazer um tac a coluna e levar duas injeções durante 7 dias. Ao fim dos 7 dias ainda tinha dores e fui novamente a medica de família que me encaminhou para um ortopedista que apenas referiu que tinha poucos reflexos do lado esquerdo. Tomei uma injeção e ao fim de 15 dias a dores voltaram. A medica de família aconselhou-me a ir a um reumatologista. Mandou-me fazer uma ressonância magnética e analises especificas. Uma delas foi ao HLB27. Ao fim de 15 dias tinhas os resultados: proteina c reativa bastante alta e o HLB27 positivo. O medico disse-me logo que por todas as dores que tinha, pelo exame físico realizado, pelos exames e análises estávamos perante um quadro de espondilite anquilosante. Para toda a vida mas controlável. Comecei logo a tomar anti-inflamatórios e a fazer piscina que me ajudou e muito na mobilidade. Hoje já não faço porque não tenho tempo e também não tenho disposição. No início era divertido porque não sabia nadar. Mas agora que sei tornou-se uma obrigação e lembra-me sempre que terei esta doença. Faço mal, sei que sim mas para já tenho tantas preocupações na minha cabeça. Desde que descobri a doença já tive dores nos joelhos (um deles está atrofiado), nos ombros e na coluna. Agora voltaram as dores na anca que segundo o reumatologista são preocupantes pois a anca é uma grande articulação e o desgaste da mesma pode levar a uma prótese. Felizmente o meu trabalho não exige andar com pesos nem a pé durante o dia. Contudo, estar sentada também não facilita pois tenho dores da posição. Tenho controlado as dores com airtal e ibuprofeno pois não quero tomar os imunosupressores que em tudo atrasam os planos de engravidar. Hoje fui a primeira consulta de acupuntura. Vou fazer essencialmente por causa do tratamento de fertilidade mas também para tentar ver como me pode ajudar na doença. O acupuntor também é osteopata e diz que através da osteopatia podemos conseguir bons resultados. Quarta regresso lá e logo verei o que ele diz.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Acupuntura

Sempre ouvi falar da acupuntura de uma forma bastante positiva. Aliás, cada vez mais ouvimos relatos e estudos sobre a medicina tradicional chinesa e os óptimos resultados que podem surgir através dela. Já me tinha falado da acupuntura por causa da espondilite. Contudo, tenho pavor a agulhas desde pequena. O pavor é tanto que até convulsões tinha. Desde que soube que teria de fazer tratamento de fertilidade e recorrer a injetáveis tive que me começar a mentalizar que tinha de conseguir e superar este pavor. Entretanto li testemunhos e alguns estudos sobre os bons resultados em tratamentos de fertilidade. Como diz o ditado "perdida por cem perdida por mil". Já que tenho que me picar 14 vezes em 7 dias mais umas agulhas não farão mal. "É o tudo ou nada", como diz o meu marido. Tentamos tudo o que for possível para conseguirmos atingir os nossos objetivos. Liguei hoje para a clínica a marcar a primeira sessão. Estava indecisa na escolha mas acabei por marcar numa clínica aqui perto cujo terapeuta é super reconhecido não só na zona mas também no país pois tem pacientes dos clubes de futebol e outras modalidades. Não é um médico mesmo chinês mas estudou e faz acupuntura há muitos anos existindo excelentes recomendações. Perguntou-me logo qual era o meu problema. Disse-lhe que tinha três: a infertilidade, a espondilite e a ansiedade. Se conseguir com a acupuntura resolver alguns deles ou pelo menos amenizar já vai ser um óptimo progresso. Aliás, ultrapassar este medo das agulhas já vai ser algo bastante positivo.
Deixo aqui um pequeno site onde constam doenças, sintomas e condições tratáveis com a acupuntura. 

terça-feira, 29 de abril de 2014

Entrevista da Paula Neves

Quase todos os dias leio as notícias do JN. Se não as conseguir ler por inteiro leio, pelo menos, os títulos. Hoje no JN vinha uma pequena entrevista a actriz Paula Neves. Estamos habituadas a vê-la nas novelas, contudo, nesta pequena entrevista ela não fala como actriz mas como mulher que como tantas outras não consegue engravidar e diariamente luta e vive com este problema que é a infertilidade. Acho que é a primeira vez que conheço um caso de infertilidade no meio televisivo. Diariamente, contato com histórias de mulheres que lutam, como eu, contra o problema da infertilidade. Contudo, não nos conhecemos e não nos conhecem e mesmo que fossemos a televisão poucos dias depois estaríamos no esquecimento. No entanto, com figuras conhecidas pelo público o nosso problema pode ganhar visibilidade junto da população em geral e até mesmo junto dos círculos políticos. Não sou eu ou a pessoa X ou Y que dizem mas sim pessoas que todos os dias são vistas e admiradas por milhares de pessoas e cuja exposição mediática pode trazer a questão de infertilidade para a discussão pública. Não conheço mais nenhum caso, de momento, de figuras públicas que se debatem com a infertilidade mas gostava de conhecer. Acho que todas as mulheres que diariamente sofrem com o problema da infertilidade podiam ser ajudadas por todas aquelas mulheres que têm o mesmo problema e são reconhecidas pelo publico. Percebo que não seja fácil a exposição. Se para nós não é fácil falar sobre este problema para quem é conhecido ainda deve ser mais. Mas é preciso sensibilizar todas as pessoas acerca deste problema para assim chamar atenção dos políticos. Querem que a natalidade suba e para isso oferecem-se subsídios, regalias na habitação, entre outros benefícios, no entanto, não fazem nada para que pessoas como nós possam ser ajudadas com as despesas dos tratamentos. Pessoas que não se importavam de ter dois ou três filhos mas cujos gastos são enormes que acabam por apenas ter um filho ou desistirem pois não conseguem comportar os gastos. Sim, porque no sistema público de saúde não pagamos as intervenções mas temos de pagar os medicamentos que ficam bastantes caros. Este aspeto também é referido pela atriz Paula Neves na entrevista que refiro. Aconselho que leiam e se conhecem mais alguma figura pública com este problema partilhem.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Sentimentos controversos

Pensei que passada quase uma semana do cancelamento do tratamento que estaria melhor psicologicamente. Os domingos são passados em contato com os meus sobrinhos (2 meninos e duas meninas). Eles são a minha alegria. Adoro agarra-los e dar-lhes beijinhos nas bochechinhas principalmente quando me chamam "ti ti". Mas ontem voltei a sentir-me em baixo. Chegou a uma certa altura que as lágrimas me vieram aos olhos mas fiz um esforço para que ninguém reparasse. Estou sensível e ver estes pequenos a brincar, a chamar mamã a mãe, papa ao pai, a fazerem asneiras só me faz pensar que nunca mais chega a nossa vez. Ou que nunca vai surgir esse dia. Fico feliz pela minhas cunhadas/irmãs mas ao mesmo tempo sinto um vazio. Ontem recebemos a notícia que mais uma criança chegou a família. Fiquei tão feliz pelos pais. Mas mais uma vez fui abaixo. Não é fácil lidar com esta situação toda. Se calhar existem pessoas que pensam que aqui existe um pontinha de ciúme/inveja. Não vou dizer que não mas também não aceito que pensem que seja algo negativo pois não é. Acho que todos nós sentimos ciúme/inveja quando vemos algo que gostávamos de ter e não podemos. Não é por alguém ter algo, e eu não, que lhe vou desejar mal mas, infelizmente, há muita gente neste mundo que é assim. Que quando não têm aquilo que querem desejam mal aos outros e a sua vida é guiada pela maldade. Conheço pessoas que me dizem que tenho tudo: uma boa casa; uma marido espetacular, um carro, um bom trabalho, etc... Mas não tenho aquilo que mais quero: um filho. Não sei se esse dia vai demorar a chegar ou se vai chegar. Às vezes apetece-me gritar isso às pessoas que fazem esses comentários mas não consigo. Fico enervada e triste. É um vazio que se sente. Principalmente quando nos dizem que temos tudo e só nos falta mesmo ter um filho. Que temos de pensar nisso e fazer um. Sei que as pessoas não dizem isso por maldade mas não sabem a luta que está a ser e ao dizê-lo estão a magoar. "tens uns sobrinhos tão bonitos. tens que lhes dar uns primos" são alguns dos comentários. Às vezes sou agressiva a responder e digo que "se não tenho filhos é porque não quero ou ainda tenho muito tempo ou um dia destes". Mas às vezes apetece gritar que se não os tenho é porque não os posso ter... São muitos os sentimentos que se sentem e muitos deles controversos.

sábado, 26 de abril de 2014

Um dia mais calmo

Este feriado do 25 de abril soube mesmo bem... Deu para estar mais um pouco na cama, almoçar com companhia, tomar um cafezito e fazer umas compras. O que incomodou mesmo foram as dores que tinha na zona das costas e nas sacro-ilíacas. Dores que ainda hoje de manha me acompanham. Estas mudanças de tempo também não ajudam nada. Se estivesse muito tempo de pé não ia aguentar. Faço o meu trabalho sentada, contudo, estar sempre na mesma posição também não ajuda pois o corpo fica mais rígido e, depois, os movimentos custam mais... Nunca se está bem...

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Espondilite: uma realidade

A espondilite tornou-se uma realidade na minha vida desde 2011. É uma doença reumática inflamatória crónica que afeta a coluna vertebral, as sacro-iliacas e as articulações periféricas. No meu caso começou por atingir a anca, depois os joelhos e os ombros e ultimamente afeta a coluna. Quando as dores são fortes não consigo fazer rigorosamente nada principalmente porque as dores são acompanhadas por rigidez na zona afetada. A ultima grande crise que tive fez com que não me conseguisse levantar da cama e fosse necessário pegar em mim ao colo. Era como se não tivesse coluna. Neste momento faço apenas anti-inflamatórios e quando tenho crises faço esquemas de corti-imunossupressores. Felizmente neste últimos meses tenho andado relativamente bem. Tive alguns episódios de dores mas tentei controlar apenas com os anti-inflamatórios e analgésicos pois  sei que mais medicação acaba por ser prejudicial na minha fertilidade. O médico já me aconselhou a fazer uma pausa nas tentativas de engravidar e fazer uma medicação mais agressiva para estabilizar a doença e depois voltar a tentar. Na altura decidimos não fazer esta pausa e agora mais ainda pois sabemos que os meus ovários estão fracos e uma medicação desse género poderá inviabilizar uma gravidez no futuro. Vou aguentando. Hoje acordei com dores na coluna que ficam mais intensas quando inspiro mais profundamente.  O site da Associação Nacional de Espondilite Anquilosante (ANEA) ajudou-me a conhecer melhor a doença, as causas e sintomas. Não sou sócia mas estou a pensar em tornar-me um dias destes pois sempre podemos beneficiar de alguns descontos assim como ajudar na investigação.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Ansiedade(s)

Sempre fui uma pessoa extremamente ansiosa. Quando está para acontecer algo, seja menos bom ou mesmo bom, fico a pensar naquilo e a ansiar pelo momento. Desde pequena que sou assim e acho que serei assim para sempre. A única diferença é que acho que com o tempo essa ansiedade não desaparece mas vai sendo mais fácil geri-la e ultrapassa-la. Contudo, as desilusões e obstáculos que apanhamos vão também se transformando em "motores" da ansiedade. Desde ontem que penso que da próxima vez que receber uma má notícia não vai ser tão mau nem vou ficar tão mal como desta vez. Provavelmente ficarei mais ansiosa nos momentos que vão anteceder a todo o processo... Pelo menos penso assim... Não sei como vai ser nessa altura. Resta esperar. Estas esperas dão cabo dos ansiosos. Tanto tempo a espera para iniciar o tratamento e de um dia para outro é cancelado. Agora temos uma nova longa espera até iniciar outro tratamento (cerca de 20 dias) e depois vamos ver como corre. Hoje já consigo pensar que o cancelamento foi a melhor opção mesmo que tivesse dois óvulos. Um é pouco mais dois também é. Se avançássemos com um tratamento só com um ou dois óvulos depois só poderíamos fazer outro tratamento daqui a alguns meses. Assim podemos fazer já no fim deste ciclo. Não tenho mais lágrimas para chorar mas sinto-me sensível.

terça-feira, 22 de abril de 2014

A 1ª desilusão

Tal como já tinha postado, ontem fui a primeira ecografia. Estava cheia de confiança. Sabia que podia ter poucos folículos pois tenho baixa reserva ovarica. Mas nunca pensei que ia chegar lá e me iriam dizer que só tinha um ovulo e de má qualidade. Mal acabei de fazer a ecografia percebi que as noticiais podiam não ser boas porque a medica não disse nada e mandou-nos esperar na sala de espera pois tinha que falar com o sr professor. Fomos recebidos por ele que nos disse que não tinha boas noticias. Que os meus ovários responderam muito mal e que com um ovulo não poderíamos fazer nada. Seria gastar dinheiro e tempo para além de continuarmos a criar ilusões. O melhor era cancelar já e esperarmos pelo próximo ciclo para iniciar um novo tratamento. Naquele momento comecei a chorar. Apesar de estarmos sempre a espera que as coisas não corram bem queremos sempre acreditar. Agora penso que mais vale agora do que daqui alguns dias ou depois da punção ou mesmo da transferência. Mas receber logo uma noticia destas no inicio leva-nos a pensar que isto é mesmo um cenário difícil. Não consegui fazer perguntas. Apenas ouvi o professor a dizer que faríamos tudo para que os meus ovários funcionassem e que em último caso podemos pensar em doação de óvulos. Já sabemos que a doação de óvulos mesmo através de clínicas privadas demora muito porque é preciso uma pessoa com várias compatibilidades. Desde que saí da clínica até ir para a cama não consegui parar de chorar. Se calhar estou a exagerar. Penso que se fosse um beta negativo iria ser muito pior. Mas levar um balde agua fria logo no inicio também não ajuda nada pois só nos faz pensar que não vamos conseguir e que isto é muito pior do que esperávamos. Hoje não consigo dizer mais nada.

sábado, 19 de abril de 2014

Gonal F

Ontem fiz a primeira injeção de Gonal F. Estava em pânico pois tenho aversão a tudo que tenha agulhas. O meu marido é que ficou encarregue de dar a "pica" na barriga. Pensei que fosse ser pior do que foi. A agulha é extremamente fina e também é pequena. Senti uma ligeira impressão a entrar. Durou apenas alguns segundos. A seringa é bastante moderna e prática. Já vem carregada com o liquido, no meu caso traz 900 ml e de cada vez injeto 300. Tem um mostrador onde colocamos a dosagem e depois basta inserir e carregar para o liquido entrar. Quando a dose estiver toda inserida o mostrador fica a zero. Segundo aquilo que vem na bula e nos foi explicado pelo especialista em fertilidade, o Gonal serve para estimular a produção de folículos e é usado principalmente quando existe anovulação (falta de ovulação) ou baixa reserva ovárica que é o meu caso, nomeadamente quando recorremos a reprodução medicamente assistida. Como está comprovado que tenho poucos óvulos para o resto da minha vida, o medico resolveu que iríamos começar logo com 300ml por dia pois não sabemos que tipo de resposta vai ter o organismo. Segunda feira fazemos a primeira ecografia para verificar o número de folículos e tamanho. Esta ecografia vai ser importante pois vai nos "dizer" de certa forma o que poderemos esperar. Estamos ansiosos pois se tivermos poucos folículos pode ser que nem cheguemos acabar o tratamento. Mas temos de estar otimistas. Depois de tanto tempo (2 anos) temos de acreditar que é possível e que vamos conseguir pois já merecemos um pouco mais de sorte. Continuo com os anti inflamatorios para a espondilite todos os dias pois não convém nada ter uma crise agora!!!


sexta-feira, 18 de abril de 2014

O Começo!!!

Olá a todos/as que possam visitar este espaço. A decisão para fazer este pequeno blog já vinha amadurecer na minha cabeça há algum tempo. Desde que descobri a minha doença (a espondilite) e desde que comecei a tentar engravidar que muitas leituras e pesquisas tenho feito sobre estas duas dimensões: a infertilidade e a espondilite. No meu caso as duas estão de mãos dadas e ainda temos um longo percurso a realizar.

Resumindo: Foi-me diagnosticada espondilite anquilosante em 2011 ao fim de muitos exames e alguns internamentos no hospital. Desde aí que faço anti-inflamatorios diariamente, contudo, segundo o reumatologista, deveria começar a fazer imunosupressores. Mas fazer esta medicação implica não poder engravidar. Como tal, em 2012 resolvemos começar os nossos treinos para podermos ter o nosso filho. Ao fim de um mês deixei de menstruar e pensei que estaria grávida. Mas não! Testes e mais testes negativos e ao mesmo tempo tinha sintomas muito estranhos: transpirava bastante, tinha imensos calores, sono, dores de cabeça e a menstruação não aparecia. Resolvi procurar ajuda de um ginecologista, por aconselhamento da minha médica de família. A primeira consulta não foi animadora. Fiz análises e exames que acabaram por demonstrar que os meus ovários não estavam a funcionar assemelhando-se aos de uma pessoa com 40 e tal anos. Fiquei bastante aterrorizada e como medo. Comecei a fazer uma medicação e ao fim de um mês o cenário era bem melhor que inicialmente. Contudo, aqui voltaram as crises relacionadas com a doença. Deixei de conseguir andar, de me levantar e mexer e inevitavelmente tive de fazer uma dose excessiva de vários medicamentos receitados pelo reumatologista. Mais uma vez fui chamada atenção para o facto de ter de mudar de medicação pois a que tomo diariamente não está a fazer efeito. Fiz a medicação aconselhada pelo medico e dali algum tempo voltei a não menstruar. Segundo o ginecologista, devia-se a medicação que fiz que fez com que dessemos vários passos atrás. Das vezes seguintes em que tive crises tentei apenas tomar anti-inflamatórios e analgésicos para ver se não voltava andar para trás. Contudo, nem sempre conseguia menstruar e o positivo tardava em aparecer. Tomei dufine durante alguns ciclos para estimular a ovulação mas mesmo assim não conseguia que tal sempre acontecesse. O reumatologista de um lado a dizer que o melhor seria adiar o sonho de engravidar por agora, o ginecologista argumentava que era melhor tentar antes que fosse tarde. Ao fim de um ano resolvemos procurar ajuda numa clínica de infertilidade quer por sugestão do reumatologista quer do ginecologista. Fizemos vários exames que acabaram por comprovar que tenho uma baixa reserva ovárica e provavelmente quando ovulo os óvulos são de má qualidade. A juntar a isto o meu marido tem espermatozóides de má qualidade (apenas 1% de normais). Assim temos um problema de teratozospermia e de baixa reserva ovárica. Esta baixa reserva ovarica pode ser por causa da inflamação da doença, no entanto, nunca iremos se saber se não tivesse a doença também não teria este problema.
Vamos iniciar hoje as injeções para estimular os ovários e fazermos a nossa primeira FIV/ICSI dentro de poucos dias.